Olá amigos, tudo em cima?
Ontem o Cruzeiro jogou (e venceu) pelo campeonato mineiro, e um blog que se preza ia fazer uma super análise, ver os pontos positivos, os negativos, julgar os novos jogadores, falar sobre os veteranos da equipe e tentar fazer algum SENSO da estréia do seu time no ano. E é lógico que aqui no cerveja a gente não vai fazer isso porque a gente não se preza. E porque, cara, é campeonato mineiro. Sério mesmo, pleno 2017 e campeonato mineiro. Eu não aguento mais Cruzeiro x Villa Nova (nada contra o Villa Nova, tenho até amigos que são). Mas vai me falar que você aguenta mais um desses jogos chatos onde o time pequeno defende até onde pode, o goleiro deles faz o jogo da vida, e de cada 10 jogos os coitados perdem 8, empatam 1 e ganham outro? Duvido muito. E por isso a gente precisa acabar com os estaduais.
“Ah não, lá vem outro cara chato querer acabar com estadual”, você deve estar pensando. E é isso mesmo, eu sou um cara chato e quero acabar com o estadual. MAS, eu tenho bons argumentos (acho) e soluções. Então vem comigo nessa viagem maluca.
O estadual é um problema, você precisa concordar comigo. Faz o ano dos clubes começar muito cedo (nessa temporada começou dia 29 de janeiro), se embola com Libertadores (para alguns times), Copa do Brasil (para alguns outros times) e campeonatos regionais (para alguns outros outros times). Com isso, o time precisa fazer uma pré-temporada curta e já poupar jogadores em PLENO início de ano. Aqui em Minas são poucas datas, o que melhora um pouco a situação, mas em São Paulo o estadual é quase que um brasileirinho, com um bilhão de times, um trilhão de rodadas e sempre o Santos campeão.
Imagina só se não houvesse estadual. O time poderia fazer uma pré-temporada maior, até o final de fevereiro, treinar mais o time, encorpar mais, fazer com que as novas contratações se entrosem mais facilmente com os jogadores veteranos. E como aqui no Brasil os times se reconstroem ano após ano, daria mais tempo para o coitado do técnico reconstruir a equipe e dar a ela um padrão de jogo.
Além disso, sem o estadual, o Brasileirão pode começar mais cedo, já em março, e ser o primeiro campeonato disputado pelas equipes no ano. Pensa na diferença de ver seu time estreando de uma vez contra o Corinthians, ou Flamengo, já valendo ponto para o principal campeonato do país. E como o Brasileirão começaria mais cedo, não teria tanto jogo quarta e domingo, daria para colocar quase todos no final de semana, e isso melhoraria muito a vida do torcedor, que não precisaria ir tanto ao estádio à noite no meio de semana. Isso talvez aumentaria o público nos estádios, porque a equipe jogaria menos vezes por mês em casa, e criaria no torcedor uma vontade maior de ver o time em campo. Além disso, quarta-feira, 22 horas, só teria jogo importante de Copa do Brasil e/ou Libertadores, dando mais qualidade ao péssimo horário criado pela televisão.
Isso melhoraria a vida do jogador também, que não precisa ficar jogando quarta e domingo, quarta e domingo. Eu sei que muitos acham que futebol é fácil, cansaço não existe, é muito bom ser pago pra jogar bola e eles não deviam reclamar, que você trabalha o dia inteiro e fica cansado de verdade, mas esses muitos são imbecis. Jogadores dão tudo o que podem em campo, correm iguais loucos, é fisiológico, o corpo deles não aguenta tanto jogo seguido. E com partidas mais espaçadas eles poderiam descansar mais e fazer jogos melhores, dando mais de si em cada um deles. Não precisariam se poupar tanto. A gente não quer assistir jogador se poupando em campo o tempo todo. Além disso, com partidas mais espaçadas, teríamos menos lesões, porque o jogador se desgastaria menos e teria mais tempo para recuperação. E mesmo se lesionando, o jogador ficaria menos jogos de fora, porque menos partidas seriam disputadas no intervalo da sua lesão. É bom pra todo mundo.
“Menos para os times pequenos”, você já pensou logo após essa minha afirmação, não é mesmo?
Porque todo mundo sabe que a principal defesa do estadual é a preservação do time pequeno. Tem também a tradição, mas tradições foram feitas para serem quebradas, não é mesmo?
Bom, voltando à preservação do time pequeno.
Argumentam bastante, em defesa do estadual, que acabando com ele nós acabaríamos com os times pequenos, que os coitados já não têm quase nada e dependem das partidas contra os grandes para ter algum tipo de renda, que se montam exclusivamente para o estadual, que têm a chance de revelar e vender alguém para os times grandes. Mas será que isso é verdade mesmo? Eu entendo que os estaduais são importantes para o que os times pequenos são hoje, mas será que esse jeito de hoje é o melhor para essas equipes? Eles se montam para o estadual, perdem o estadual, vendem alguns jogadores, mandam o restante embora e ficam fechados até o próximo estadual, onde começa tudo de novo. Que tipo de vida é essa? Como alguém aguentaria torcer para um time que fecha as portas todo ano, que só disputa um jogo legal contra um grande por ano, que demite todos seus jogadores todo ano? Sinceramente, isso pra mim não é jeito de se fazer futebol. É triste. Os clubes pequenos já estão acabados. O estadual não ajuda em nada.
E agora, depois de soltar essa bomba de tristeza em vocês, eu vou apresentar a solução perfeita para tudo.
E a solução é, tranjj djnvdjvnd vdjnvdjvndvjd kdvndk (isso é o barulho do tambor, eu não sou muito bom com onomatopeias) CAMPEONATO REGIONAL.
Sim, amigos, o nordeste já nos deu a solução para esse problema. A Copa do Nordeste, campeonato excelente, que vem ganhando admiradores ano após ano, revelando jogadores, sendo transmitida pelo Esporte Interativo, é o remédio perfeito para resolver todo esse problema do estadual. Mas precisaria ser um pouquinho diferente para a gente acabar com estadual e iniciar o brasileiro mais cedo. Vamos pegar Minas Gerais como exemplo porque, né, nós estamos aqui, nosso estado é grande, bonito e dá pra fazer um bom recorte.
O que deveríamos fazer é dividir Minas Gerais em quatro partes e criar quatro campeonatos regionais, só com os times pequenos mais próximos jogando uma fase de grupos parecida com a Libertadores (ou Champions League, para dar o efeito desejado quando eu disser o nome do projeto). Ida e volta, com os dois primeiros times de cada grupo se classificando para o mata-mata. Isso diminui o problema das equipes serem pobres e não conseguirem se locomover, porque serão jogos apenas dentro do estado, e contra times próximos. Além disso, a rivalidade entre essas equipes próximas poderia se acirrar mais ainda, criando partidas muito mais divertidas.
Após essa fase, os dois melhores times de cada grupo entrariam num sorteio para o mata-mata, estilo Champions League, e se enfrentariam em jogos eliminatórios de ida e volta. Seria uma mini Champions League só com times pequenos mineiros. Uma PÃO DE QUEIJO LEAGUE. Vem me falar que a ideia, e principalmente, esse nome não são demais?
E esse campeonato poderia ser espalhado por boa parte do ano, como a própria Champions League, com apenas uma rodada por semana e tempo para os times e jogadores descansarem até a fase de mata-mata. Isso traria competitividade a essas equipes, e daria motivos para as diretorias continuarem com os times ativos por toda a temporada. Além disso, mais jogadores poderiam se destacar e aparecer para os grandes, os clubes poderiam ir atrás de outros patrocínios, e poderiam vender os direitos dessa competição para vários canais de televisão (como o próprio Esporte Interativo). E esse modelo é aplicável em qualquer estado ou região. Dá pra fazer um campeonato do Norte, do Sul, do Rio, São Paulo, qualquer lugar. E uma outra ideia legal que pode surgir disso é criar uma pequena liga entre os campeões dessas ligas regionais. Uma INCEPTIONLEAGUE. Uma copa dos campeões regionais. Isso parece tão legal que eu até preferia que o Cruzeiro fosse um time pequeno para disputar.
Enfim, com criatividade a gente conseguiria preservar os times grandes, dar competitividade para o Brasileirão, e ainda criar todo um ECOSSISTEMA de competições menores para os times pequenos ficarem ativos e mais fortes durante toda a temporada. E isso me parece muito melhor do que deixar tudo como está.
Até amanhã.