Olá amigos.
O 2016 do Cruzeiro acabou. Não, não sou daqueles chatos pessimistas que acham que o time já caiu. Lógico que pode cair, não sou besta de achar que é impossível. Mas não acho que irá acontecer algo tão grave. Só tenho a impressão de que não vamos fazer nada de interessante na temporada. Não devemos brigar pelo título da Copa do Brasil (com a nossa sorte, vamos pegar um grande adversário nas oitavas e ser eliminados) e vamos lutar contra o rebaixamento/pela taça décimo sexto lugar no brasileirão. E o pior é que tínhamos time para lutar pelo título. Fábio, Dedé, Manoel, Henrique, Romero, De Arrascaeta, Willian, Ábila, Sóbis, Alisson, todos grandes jogadores, desejados pela maioria dos clubes da série a. Então por que tudo foi por água abaixo tão rápido?
E a resposta é: por causa da diretoria.
Em 2015, Gilvan e seus amigos já mostraram completa falta de contato com a realidade ao demitir Marcelo Oliveira, bi campeão brasileiro para a contratação de Luxemburgo, um ex-técnico em atividade. Antes disso, fizeram péssimas contratações, trazendo jogadores bizarros, em completo desacordo com o que o técnico queria. Depois conseguiram consertar, trazendo Mano Menezes, mas aí já era tarde, o ano estava perdido.
Sem aprender qualquer coisa, Gilvan e seus novos amigos (a comissão técnica foi mudada, diretor de futebol contratado) fizeram a mesma coisa em 2016. Contrataram péssimos jogadores, a maioria vindo de graça, e conseguiram mudar três vezes de técnico em sete meses.
Pensei, em conjunto com a diretoria no final do ano passado, que, com a saída de Mano Menezes, Deivid poderia fazer um bom trabalho (havia mostrado um bom potencial como auxiliar e treinador interino). Mas realmente ele ainda estava cru para a posição, não tinha experiência e cometeu muitos erros. Ainda acho que não foi tão ruim assim, seus números (apesar de contabilizarem o Campeonato Mineiro) são bons. Acho que com o tempo ele se tornaria um bom treinador. Mas futebol brasileiro não tem tempo para esperar, e com poucos meses ele foi demitido. E essa foi a primeira mudança de planejamento que descarrilhou o ano do Cruzeiro.
Se o time, no início do ano, quis apostar em Deivid, não poderia ter mudado tão rapidamente assim de ideia. Ainda mais que os números dele não eram ruins. Se a diretoria não tinha convicção do trabalho do novo treinador, não deveria nem tê-lo contratado. Foi um grande erro.
Em seguida o planejamento mudou completamente. Após dizer que gostariam de apostar em novos treinadores, que preferiam montar um comissão técnica fixa, em ter um “jeito Cruzeiro” de jogar, desistiram de tudo para contratar Paulo Bento, um treinador português sem experiência no futebol brasileiro, que trazia toda sua própria comissão. E depois de não ter feito grandes negócios no início da temporada começou a contratar jogadores caros. Ábila e Rafael Sóbis chegaram após altos investimentos. A situação de gastar pouco e fazer um elenco jovem funcionar foi descartada em 6 meses.
Agora, após 75 dias de trabalho e falas e mais falas de apoio a Paulo Bento, o Cruzeiro demite o treinador português e traz Mano Menezes. Mais uma quebra do planejamento que já havia sido feito em contrapartida ao outro planejamento já quebrado nos primeiros quatro meses do ano. Resumindo, uma bagunça absurda. Agora, o time que queria pagar suas dívidas e gastar menos, está pagando o salário de Deivid, o salário de Paulo Bento e o salário de Mano Menezes. Além disso, contratou Rafael Sóbis e Ábila pagando caro para utilizá-los por quatro meses, brigando contra o rebaixamento. Imagina se fossem contratados em janeiro?
Apesar disso tudo, acho que o time vai melhorar na mão de Mano. Na verdade, já estava melhorando com Paulo Bento. O time estava criando mais oportunidades, faltava concluir melhor a gol e contar um pouco com a sorte também. Nos próximos jogos já espero uma boa reação da equipe. O Cruzeiro tem um bom time e as contratações de meio de temporada foram ótimas. Quando tudo clicar, vamos melhorar. Eu garanto. Se não acontecer você pode vir aqui nos comentários no final da temporada para rir de mim.
Até a próxima.