Argumento de carne e osso para dizer que esse time não cai

No futebol, temos muitos parâmetros para gostar ou não de um jogador: habilidade, qualidade, identificação, marketing e etc. Eu escolhi gostar de quem gosta de mim. Não como aqueles contos egoístas de textões de redes sociais para melhorar a autoestima, mas digo no gostar o tanto quanto gosto mesmo. É sentir o desespero que sinto, a tristeza que fico e a alegria que tenho pelo meu time.

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Foto: Lucas Bois

Se tem uma coisa pra reclamar desse elenco, talvez, é que treine mais. Não concordo que falte “vontade”, pelo contrário: acho que talvez tenha mais vontade do que técnica e técnico.

Nunca escondi a minha “falta de amor” ao Mano talvez por um rancor dele ter nos negado algumas vezes e como seus times jogam com o freio de mão puxado, que opta empatar ao invés de arriscar ganhar. Porém, desse elenco eu realmente gosto. Ter unanimidade pra mim no elenco é difícil e esse, estranhamente, me conquistou. Até do Allano, o querido odiável por vocês, eu curtia.

Se eu fosse jogadora no meu time, não sei se teria perna pra 90 minutos, mas tentaria e cairia ao chão no fim de tanto cansaço. Se perdesse um pênalti, pediria pra bater o seguinte só pra mostrar que eu queria fazer aquilo. Assumiria a braçadeira de capitão como se ela sempre fosse a minha. Aguentaria o banco e entraria em campo pra ajudar como se fosse a oportunidade de ouro para mostrar serviço. E comemoraria cada gol como se fosse aquele da bola de ouro no último minuto da segunda prorrogação num mata-mata.

Claro que escrever isso aqui é fácil demais e o difícil é fazer, assim como dizer que nunca sairia por dinheiro para o submundo do futebol e dois meses depois receber uma proposta. Se eu teria coragem de bater um pênalti depois de ter errado um numa fase de mata-mata diante de 35 mil pessoas? Não, não sei se conseguiria. Mas tem gente aí que foi lá e fez.

E por isso eu gosto deste elenco. A diretoria errou demais, o técnico continua errando. Mas esse elenco só tem vontade de acertar.

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O lateral contestado, no último minuto de jogo, consegue sair da zaga e ir levando a bola, enquanto os 35 mil o xingava prevendo um desastre. E ele vai. Vai tanto que consegue um escanteio. Talvez, no meu nervosismo, eu já teria perdido a bola no meio do campo. Mas ele foi e fez melhor.

Diante de todas as mãos pedindo o fim do jogo, o atacante badalado que vinha sendo substituído e vaiado, isola a bola pra lateral mandando um recado claro que dele não passava. E pediu o apoio da torcida. Pra acalmar os nervos enervando, ele foi lá e fez também.

Eles erram porque não é culpa deles. É a falta de tempo pro treino, é o cansaço, é a pressão, é o posicionamento errado, é a falta de entrosamento num bom elenco formado tardiamente após erros da diretoria, mas não por culpa desses jogadores. Eu diria, desculpa os juristas, que eles possuem uma espécie de “erro culposo”, aquele que não tem intenção de errar.

Agora chegamos a um ponto de máxima fadiga ao qual teremos que lutar para não cair e lutar por mais um título da Copa do Brasil. Como em 2014, mas por um lado com situação inversa, eu confio que esse elenco vai dar o máximo que se pode dar porque não podemos ter meio termo mais. E, como eu sei disso, eles também sabem.

Eu procurei argumentos para dizer que esse time não cai e encontrei. Eles são de carne e osso, sentem o que sinto e honram a camisa que vestem.

Fotos: Agência i7

À procura de argumentos para falar que o time não cai

Vamos ficar cientes de uma coisa: o Cruzeiro pode cair sim e estamos no caminho certo pra isso.

É uma balela dizer que força da torcida ajuda, mando de campo favorece (hahaha), juiz rouba, time grande não cai e tantas falácias que dizem por aí. Cai sim, sem discussões.

Corinthians é grande e foi campeão em 2005, tem torcida louca, apaixonada e caiu dois anos depois.

Encher estádio também muda nada. Olha a torcida do Paysandu, do Santa Cruz… É mais raro vê-los na séria A do que até na D.

Enfim… Seja pequeno, grande, médio ou que se acha grande: pode cair.

Somos do grupo dos incaíveis até hoje por coincidência do destino. Quis os deuses do futebol que fosse assim, mas acho que eles querem brincar um pouco mais com a nossa cara já que estamos procurando tanto essa brincadeira.

Foto: Yuri Edmundo / LightPres

Foto: Yuri Edmundo / LightPres

Dos clubes do antigo “clube dos 12”, um parâmetro que vejo como os maiores no Brasil, ter a receita que tem e terminar uma temporada inteira após fazer um campeonato estadual medíocre, um brasileiro com quase 40 rodadas terrível e perder vaga na série A pra times como Figueirense, Chapecoense e etc (com todo respeito, digo em relação à receita), é pela mais pura incompetência do único denominados comum entre todas as mudanças de técnico, jogadores, estrutura, fornecedores e estádio em um ano: a diretoria.

O Cruzeiro em 2016 foi um desastre anunciado desde 2015. A convicção, que tanto pregavam que tinham, na verdade acabou sendo a falta de convicção. A política nova da diretoria apenas foi mais da mesma e das piores possíveis.

Como num cabo de força, a diretoria puxava muito pra um lado e arrebentava pro outro. E de tanto puxarem essa corda, estão nos levando mais e mais pro fundo do buraco.

Marcelo Oliveira, Luxemburgo, Mano, Deivid, Paulo Bento… Claro que teve mudanças que eram óbvias a serem feitas, mas é aquele ditado que aprendemos quando somos crianças: quando você está apontando o dedo pro outro, são três que voltam à sua direção.

Ser administrador e ser diretor tem que ter competência para tal. Precisam, além da convicção do que fazem, saber o que fazem. Pregaram convicção, mas mostraram falta de sabedoria.

Eu, Luciana, não posso ser diretora porque não sei. Admito isso. Não posso chegar lá sendo apenas torcedora. Há um grande abismo de diferença nisso. Quando a torcida chia, manda carta de recepção pra novo técnico ou apelida um outro, ela está sendo torcida, mas não administradora. As vezes é necessário mesmo tapar os ouvidos porque a torcida também é burra.

Nessa caminhada do título de 2014 à esse MEGA flerte com a série B em 2016 falou-se muito, deu carta branca a tantos que não devia, acreditou-se numa convicção no início dos trabalhos, mas perdeu-se como ninguém. Admitiram erros tardios, mas não sabiam mais como arrumar.

Resta a nós ficar na torcida. Que os deuses do futebol tenham ao menos pena para que esse elenco jogue o que pode jogar (que sei que os caras são bons), porque eu não tenho mais argumentos pra ver o lado bom desses últimos dois anos.

2016, Euricos, Perrellas, clássico e futebol

Eu não quero falar sobre a fase do Cruzeiro. Desculpa.

Às vezes uso a frase “não é só futebol” no inverso porque o que não é só, é só sim. Houve uma época em que eu estressava mais, discutia mais, brigava mais por futebol. Não perderia uma discussão qualquer e comprava a briga pelo meu time.

Hoje aprendi que quando o despertador toca no dia seguinte podemos sim esquecer o futebol do dia anterior, ainda mais que temos tanta conta a pagar, tanta vida pra viver, tanto trabalho pra fazer. Futebol, mesmo que a gente dê um valor absurdo, é um nada que achamos que é tudo. Mesmo sabendo e repetindo isso algumas vezes, nunca cedemos à verdade.

Há pouco tempo entrei em uma discussão que no fim das contas um colega concluiu que o Zezé Perrella é melhor que o Gilvan porque não levava desaforo pra casa. Agradeço aos Perrellas pelos títulos, mas me desculpe: em pleno 2016 “levar desaforo” é uma expressão tanto infantil quanto sair na rua brigando por causa de torcida organizada.

Foto: Agência I7

Foto: Agência I7

No futebol de hoje, personagens polêmicos ganham holofote apenas por isso e nada mais. A família Perrella fez nada de 2004 até o terrível fim de mandato em 2011 (8 anos), porque, creio eu, não conseguiram manter um time bom com as cifras modernas do futebol. Eurico Miranda no Vasco só voltou pra diminuir a importância no futebol nacional de um dos times com maior torcida do país. Kalil, talvez o ponto fora da curva dos diretores recentes mais polêmicos, saiu antes da bomba do Atlético explodir (desculpe amigos atleticanos, mas a verdade é que: não há milagre financeiro). Jogadores polêmicos também não aparecem tanto, ou por causa da assessoria ou porque realmente perdem o foco. Vide Adriano Imperador, Jobson…

Homofobia, racismo e machismo ainda persistem, mas hoje ao menos existem pessoas com vergonha disso. Olham para o lado pra ver se não vão fazer sozinhos e reparam se ninguém de fora está vendo. Futebol moderno em arenas modernas tem muitos lados ruins, mas o pensamento moderno tem que existir. Não por ser de “esquerda”, “feminista” e sei-lá-mais-o-quê, mas por questão óbvia do respeito.

Hoje, mesmo numa fase horrível do meu time, futebol ficou mais divertido pra mim. Não levo desaforo pra casa porque eu decidi não ter desaforos. Me chamam de Maria e… nem sei o que faço mais que nem reparo. Meu time perde, mas vida que segue que tenho que acordar cedo para ir trabalhar e umas provas na faculdade pra estudar. No dia seguinte talvez estarei fazendo piada pela péssima fase do meu time. Ir ao campo não é só pra ver o time ganhar (claro que quero), mas estão lá os amigos, os cantos, a festa, a atmosfera… tanta coisa a mais!

Faz um turno que, quando estava em casa nervosa com o clássico das 11 da manha, meu tio ligou no meio do primeiro tempo falando que tinha capotado o carro na 040 e precisava de ajuda. Naquele desespero todo, eu não lembro mais de como foi o jogo mesmo que a TV tenha ficado ligada. E no mesmo dia teve gente que foi pro hospital por causa de briga de torcida no Eldorado!

Pessoal: parem com isso que ter rival é ótimo. Até pra ser Barcelona precisa de ter um Real Madrid. As nossas conversas de elevador seriam apenas sobre o tempo se não fosse o futebol e suas rivalidades. Deixem essa rivalidade – a imbecil – apenas no passado.

Mas sorte pra quem quer continuar vivendo nos anos 80-90 que eu vou ficando por aqui em 2016, que é tanta vida pra viver…


Fotos: Agência i7

Amanhã vai ser outro dia

Uma verdade para vocês: time grande cai.

Peço para que vocês desistam, não precisam ir mais e não quero ouvir “estou falando”. Não quero você. Tchau, adeus! Não quero mais ninguém agourando, dizendo que não presta, que nunca fazemos e sempre levamos. Não precisa, pessoal! Podemos cair assim como o Corinthians e o Grêmio caíram, mas não deixaram de ser grandes por isso. Enfim… apenas caíram.

Quero sofrer por conta própria. Não preciso de vocês pra isso. Deixa-me sofrer aqui, mesmo que seja taxada de trouxa. Querem rir de mim? A vontade, mas daqui a pouco vocês vão ter que disfarçar o riso. Vocês podem ir embora que vou acreditar que o barco não tá afundando e tocarei meu violino até o fim.

Mas se você acreditar que está raso e dá pra sair nadando, então fique. Aliás: amo água e vou me divertir até chegar na beira da praia. Já cansei de estatísticas negativas, de gols perdidos, goleiros em seus melhores dias e vaias incansáveis. Quero que troquem o disco. Errou e vai errar de novo, mas vou esperar sempre que acerte. Escalou quem eu não queria? Que aconteça um milagre, mas hoje ele vai bem!!! Fez gol contra? Vou xingar a burrice, depois rir do lance bizarro e obrigar que agora dê 10 assistências!

Foto: Reprodução Imortaisdofutebol.com

Foto: Reprodução Imortaisdofutebol.com

Discutir em rede social ou na arquibancada faz diferença nenhuma mais. Dependemos do time nos próximos meses e não importo com o que você diz. Você pode pensar “mas ele ganha xis mil, nem importa se o time cair”. Ah… Mas eu vou acreditar que eles se importam mesmo porque eu importo e todo mundo que gosta de futebol que conheço também importa. Vou acreditar que eles perderão a bola só se o adversário cair no chão, mesmo que seja romantismo demais.

Foi-se o Bento, veio o Mano e fechou o elenco. Somos isso mesmo e agora vai melhorar! E se não for, uma hora vai de qualquer forma! Até o último segundo eu vou ficar repetindo o mantra “agora vai” tantas vezes por pensamento, palavras, atos e condições.

Vou continuar brigando com a imagem da TV pra dizer que não estava impedido, vou gritar da arquibancada para o goleiro sair de lá que ele está atrapalhando os gols de entrar, vou falar que o adversário tá fazendo cera e da próxima vai machucar de verdade… Vou ser a pessoa mais trouxa do mundo, mas serei. Vocês continuarão dizendo que o Willian perdeu o gol e responderei que ele que apertou o goleiro pra conseguir criar a chance.

É meio copo cheio mesmo. Até quando? Não sei. Mas agora já não importa mais. Já ouvi vaias, já vi brigas e suas opiniões foram aceitas. Eu não concordei com as vaias porque acreditava no time e continuo acreditando. Não mudou nada eu acreditar, não adiantou nada você vaiar. E não sou da ala e nem prego o besta “apoio incondicional”, é o “apoio porque não tem outra saída”. Vou ser ditadora da minha opinião e do meu sentimento, não quero saber de quem não concorda e quem diz o contrário. Vou e caio no precipício como se tivesse voando, vai que lá embaixo tem uma cama elástica?

Peço a ajuda do Roberto Batata lá do céu, o Dida contra o Palmeiras Parmalat, a virada no segundo tempo contra o Grêmio enquanto muitos tinham ido dormir, o gol do Elivelton, a humilhação pro time do Pelé e tantas razões que me fizeram trouxa do jeito que sou. E olha que estamos longe dos 44 do segundo tempo como o gol do Geovanni! Precisamos de 30 pontos em 63 pontos pra disputar, agora da sua opinião pra discursar sobre o mal que nos espera… Não, disso não! Mas fique, que amanhã vai ser outro dia.

♪ Você vai se amargar vendo o dia raiar, sem lhe pedir licença e eu vou morrer de rir que esse dia há de vir antes do que você pense.

Falar menos e trabalhar mais

Acabou. Paulo Bento se foi pra escancarar o péssimo planejamento feito pela diretoria celeste. E o MessiasMano voltou.

Não estou reclamando sobre o retorno do Mano, nem julgando a demissão do Bento mais. O Mano fez certo ao aceitar a proposta dos chineses, quem não iria? Mas o maior problema, assim como de toda diretoria celeste, foi o discurso.

Desde o título de 2014 estamos caindo em teias de falácias de planejamento, PROFUT e tanta coisa que seria lindo, se não ficasse apenas no papel. São grandes projetos a longo prazo que não resistem à uma derrota.

Minha maior intriga com o futebol moderno é esse estranho “profissionalismo”. É muito bonito, porém muito contraditório. Querem melhorar o futebol, mas a Lei Pelé dá todo direito a um jogador dar as costas para seu clube formador, vende-se a alma para o diabo para que mantenha salários astronômicos (para pouco rendimento) fazendo dívidas milionárias, onde sua promessa de pagamento vale tanto quanto suas palavras; e maiores salários separam grandes grupos de jogadores e técnicos. E isso sem contar tantos parâmetros de segurança para arenas “modernas”.

Foto: Divulgação | Cruzeiro

Foto: Divulgação | Cruzeiro

Foi se o tempo da chuteira rasgada, de renovações de contratos feitas a partir de ofertas de postos de gasolina; dos jogadores, depois de 10 anos nos clubes, ainda chorarem nas derrotas e que o seu maior desejo era um título e servir à seleção, não ir para Europa. Digo isso apenas com saudosismo, porque sei que é impossível voltar aos velhos tempos e temos que encarar a verdade: apenas a torcida ama seu time, mesmo que seja de um jeito torto às vezes, mas apenas ela.

O Cruzeiro disse que iria voltar às raízes esse ano. Chamou até o Dirceu Lopes para mostrar esse plano na apresentação do Douglas Coutinho e do Rafael Silva! Projeto que não durou nem o clique da foto que o Rafael Silva fez após um gol. O Mano Menezes, em outubro passado, disse que não sairia para o submundo do futebol por grana, gostava de trabalho de longo prazo… Semana passada a diretoria disse que confiava no trabalho do Paulo Bento…

Cansei do marketing, cansei de ouvir apenas o que eu quero mesmo, não o que de fato sempre continuará acontecendo. Está na hora de parar a entrevista e proibir apresentações beijando o escudo. Não quero exclusivas, não quero juras de amor. Quero de vocês apenas trabalho e competência.

Vão se técnicos, dirigentes, campeonatos… Mas nós continuaremos aqui pra ver até onde podemos ir, mesmo que caiamos um degrau abaixo. Futebol é resultado, né? É a ciência mais exata que existe. Ganhou? Ok! Perdeu? Fora! Salário bom? Beleza! Maior ainda? Foi embora. Machucou? DM horrível! Voltou a treinar? Joga logo!

Apenas o planejamento da torcida que pode ser crível. É nosso plano de sócio que vale por um ano. Competência de dirigente, palavra de técnico e amor de jogador às vezes não dura nem dois minutos.

Mas… ok… Infelizmente eu me recuso a acreditar em tudo que escrevi aqui pra cima dessas coisas que futebol é ciência exata, porque como todos os clichês dizem: não é só futebol. E vou lá acreditar em algum discurso mais uma vez. Trouxa.

Luciana

Foto: Washington Alves/Light Press

Foto: Washington Alves/Light Press

Não somos, estamos e tu és

Quem faz o Cruzeiro de hoje? Paulo Bento: merda*. Brunos: merda*. Allano: merda*. Willian: merda.*

Muito complicado alguém ter falado que o Cruzeiro é uma merda.

A história das 5 estrelas é grande demais pra caber em 5 letras. Fizeram sim uma grande merda com o Cruzeiro. Um planejamento de merda pra acabar com um ano que seria maravilhoso.

Apelando para o divino, vou colocar essa foto aqui pra ver se ajuda.

Apelando para o divino, vou colocar essa foto aqui pra ver se ajuda (reprodução internet)

Riascos, imagine, foi um grande investimento em 2015! Ninguém até hoje descobriu o porquê. Talvez pra lembrarmos o significado dessa palavra depois de dois anos ganhando títulos.

Contra o Fluminense, o Cruzeiro foi uma merda em campo pra não esquecer o que é um jogo de merda. No jogo passado eu defendi o Paulo Bento que fez exatamente como eu faria e o time foi bem no primeiro tempo. E este domingo, sim: uma merda do Allano na escalação inicial, da movimentação do time em campo (sem ligação no meio campo, Allano sendo sombra do Edimar… enfim, uma merda) à entrada do Riascos.

Agora vejo que temos um elenco não muito bom, é verdade… mas suficiente – com sobras – para não cair. Só que um planejamento de merda nos fez chegar até aqui nessa situação. Ninguém que estava no futebol árabe, mexicano ou de férias na Argentina chega a plenas condições pra aguentar o Campeonato Brasileiro rapidamente. Eram pra estar aqui desde o Mineiro!!!

Paulo Bento, por birra, manteve Bruno Rodrigo e colocou o Allano como titular. Não há explicações a não ser birra. No Twitter disse que vejo três tipos de treinadores com vaias: PC Gusmão que atende a todo e qualquer clamor da torcida; Marcelo Oliveira que atendia suas convicções, concordando ou não com a torcida; e o caso do Paulo Bento, que fez só pra irritar a torcida.

Acho isso do português porque, depois do jogo contra o Santa Cruz, ele tirou o Bruno Rodrigo do time e agora o garantiu como titular na coletiva depois do jogo passado. Pura birra.

Não concordo que o Bento tenha que sair do time, mas precisa de uma boa conversa pra entender o que ele fez contra o Fluminense. Ele precisa ser técnico, não um confrontador de torcida. Já basta aguentarmos na arquibancada tanta gente chata, mas isso fica com a gente mesmo.

Para ter jogada ensaiada precisa de tempo de treino de um time, para uma movimentação boa precisa de um time ensaiado e eles ainda estão se conhecendo! Lá vem merda de novo se trocar o Cruzeiro todo mais uma vez!

Jogo que vem teremos Manoel, ficaremos sem o Allano e os Brunos. Agora é esperar sair da merda.

E Riascos, meu querido… Se você quiser emprestado, tenho um tanto de livro pra você conhecer a história do Cruzeiro e do futebol brasileiro, enquanto a sua pode ser contada apenas por uma foto. Beijos!  

(Tem alguns emprestados, mas pode entrar na fila de espera)

*Tem alguns emprestados, mas pode entrar na fila de espera

Luciana Bois

* Muitos asteriscos para dizer que não concordo que sejam merdas

O que vocês fariam no lugar do Paulo Bento?

É muito fácil ser crítico sem se colocar no lugar dos outros. O que vocês fariam no lugar do Bento? Muito bem se ele recebe pra ser treinador e você não, mas é muito fácil só criticar sem se posicionar o que você faria.

Escalação

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Fábio; Lucas, Bruno Viana, Bruno Rodrigo e Edimar; Henrique, Ariel Cabral, De Arrascaeta e Robinho; Rafael Sóbis e Willian

Como diria o Samuel Venâncio, 8 milhões a cada 8 milhões de cruzeirenses colocariam o mesmo time em campo. Depois que o Bruno Rodrigo falhou ridicularmente, vi gente pedindo Fabrício Bruno, o mesmo que foi erroneamente criticado na semana passada por sua juventude e etc, inclusive fiz até um texto aqui que, indiretamente, era pra defendê-lo. Colocaria o Leo? Duvido. A torcida gostou do Leo só em 2010 e era um lamento quando ele era titular após isso. Pediram o Bruno Rodrigo de titular na semana passada. Não sejam falsos!

E o Willian-centroavante, o qual perdeu os gols lá na frente. Acho que a torcida xinga entre si, mas pararam as vaias. Colocaria o Coutinho ou o Riascos? HAHAHAHA Duvido muito mesmo!

Substituições

Primeiro vamos lembrar quem estava no banco como opção para o Paulo Bento: Leo, Coutinho, Bryan, Riascos, Nazário, Manoel (voltando de lesão), Pisano, Fabricio, Allano e Gino. Só gente boa.

O time ficou cansado no segundo tempo enquanto Paulo Autuori modificou o CAP, colocando Marcos Guilherme e André Lima com fôlego novo em campo. A torcida começou a ficar impaciente porque o Bento não mudava o time. E então ele chamou o Allano.

Meia campo cansado e ele tinha essas opções: Pisano, Nazário, Allano e Gino. Ótimo escolher entre qualquer um desses, né??? QUALQUER escolha diminuiria a qualidade do time. Ele teve que escolher e foi no Allano. E a torcida escolheu… vaiar o Allano antes dele entrar em campo. Meus parabéns!

Os gols, com falhas individuais dos Brunos, saíram as 20 e aos 23 minutos. O Allano entrou aos 25 do segundo tempo.

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Como disse anteriormente, qualquer um escolheria essa zaga, inclusive faz quatro dias que fizeram essa reportagem aqui dizendo que a zaga formada por estes dois Brunos foi a única que obteve vitórias neste campeonato. Não façam análises depois da tragédia porque duvido muito mesmo que vocês colocariam outra dupla de zaga.

Agora o Manoel está voltando. Não quero saber qual a solução imediata que vocês arrumariam na primeira falha dele (que sempre pode acontecer com qualquer um).  A dupla de zaga foi muito mal ontem e perdemos por falhas deles, assim como o ataque não conseguiu converter tantas chances em gol.

Se é ou não bem treinado

O time está bem treinado. É besteira não perceber isso. Olha o primeiro tempo do jogo contra o CAP! Se vocês não se lembram, olha o tempo real do UOL e da Globo que possui os comentários da torcida em tempo real e vejam o que estavam falando durante o primeiro tempo!!! Mas vi gente reclamando até que o time não tem variação tática e tentando achar toda desculpa possível depois de levar os gols – devido à falhas individuais! O famoso “atirar pra todos os lados” depois de uma derrota. Queria saber se vocês fariam diferente.

Ontem foi o PRIMEIRO JOGO do ano com Sóbis e Edimar. E vem falar que o time está bem ou mal treinado? Para conseguir um grupo jogando entrosado precisa-se de tempo, este que a diretoria tirou totalmente do Bento. Está sendo montado o time aos poucos, não tem base tanta reclamação com o técnico. Direcionem à falta de planejamento da diretoria, por favor!

Criticamos tanto certos comentaristas de TV por falarem só o óbvio depois do resultado, mas a maioria faz a mesma coisa. Fácil demais estar só na arquibancada vaiando e esquecendo de pensar. E agora não estou perguntando o que vocês “não fariam”, mas o que vocês FARIAM de diferente do Bento. Alguma coisa?

E, por favor, vejam no meu texto da semana passada: O TIME DO BENTO NÃO É O MESMO QUE O DO MANO! Parem de insistir nisso por favor.

Esse foi o último time do Mano: Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo (Olha!), Manoel e Fabrício; Henrique, Willians, Ariel Cabral e De Arrascaeta; Marcos Vinicius e Willian

E estes eram os suplentes: Rafael, Fabiano e Mayke; Paulo André, Mena, Alisson, Charles, Uillian Correia, Leandro Damião, Marquinhos, Vinicius Araújo

Bem diferente, né?

Não devemos culpar a juventude

Entre Lucas e Bryans, muitos da torcida querem crucificar os meninos da base. Não os entendo.

Desde o ano passado o Cruzeiro já sinalizava que esse ano trabalharia mais com meninos novos. Arrascaeta, o craque do time, acabou de completar 22 anos.

Mas agora que o bicho está pegando, quem está segurando o rojão também vem da base e a média de idade do Cruzeiro diminuiu mais ainda.

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Contra o Vitória, os jogadores de linha tinham média de 23,6 anos e, quando o Alex entrou em campo, a média dos jogadores da linha abaixou para 23,1 anos. Em um dos últimos jogos com time titular do Mano (x Palmeiras), a média de idade era de 27,5 anos dos jogadores de linha. Uma diferença brusca que agora é perceptível à olho nu.

Porém isso não é fato determinante pra fase do time. Pelo contrário até! Se os meninos chegaram ao time titular com essa idade, mostram que possuem qualidade inquestionavelmente. O fato da experiência se adquire com o tempo, sendo este muito mal planejado pelo Cruzeiro em 2016. Se tivesse sido trabalhado desde o Mineiro, provavelmente o time estaria entrosado e indo bem nesse começo de brasileiro.

Como disse, desde o ano passado víamos que o Cruzeiro viria pra 2016 apostando na juventude: Marcos Vinicius, Allano, Arrascaeta, Judivan, Alisson, Gabriel Xavier foram titulares em 2015 em algum momento. A média de idade deles, na época do jogo citado, era de 20,8 anos e eram bons nomes para nosso meio-ataque.

Ao apostar no Deivid, o Cruzeiro esqueceu que também deveria colocar os meninos. Sim, eu defendi que o Deivid ficasse até o fim do Mineiro e não me arrependo (Ok, um pouco.. mas depois da escolha feita pela diretoria, seria burrice trocar logo em seguida), porém seu trabalho foi inegavelmente horrível e ali era onde deveria ter trabalhado a base.

Paulo Bento pegou o bonde andando e está tentando arrumar com o que tem. Foi mal neste domingo, mas já provou que ao menos é melhor que o Deivid e sabe ser técnico. Tem os meninos para trabalhar porque os mais experientes estão machucando ou suspensos. Eles, vejam bem, NÃO ESTÃO PREJUDICANDO O CRUZEIRO. Há exceções, ainda mais que o Allano nem lateral é. Mas eles não são responsáveis por esse momento ruim.

O maior rival do Cruzeiro é o tempo, este que foi tão mal planejado. Mas os meninos de nada têm culpa.

Veja abaixo os jogadores de linha dos dois jogos que citei (e perceba que o elenco do Bento NÃO É O MESMO que o do Mano):

Um resultado condicional

Toda criança quando começa a jogar futebol deseja ser atacante. Você sempre vê que qualquer jogador começou lá no ataque e foi “rebaixado” pras outras posições. Às vezes aparece um que começou na meia, mas é raríssimo. Achar um que começou na zaga? Quase impossível. Estes aparecem apenas em erros grotescos. Mas se fizer um gol decisivo, vira inspiração.

Futebol vive de análises um pouco rasas e pontuais. O jogador que vira ídolo é o que possui maior marketing e simpatia ganha aqueles que se juntam a organizadas ou que falam coisas polêmicas. O que se vê com mais clareza não é tudo que se necessita ver.

Resumindo o Cruzeiro em um filme | DreamWorks

Resumindo o Cruzeiro em um filme | DreamWorks

Tento entender a construção de um resultado não apenas pelo placar final ou pelos melhores momentos. Contra a Chapecoense, vi um time com marcação alta de início e, mesmo fazendo um gol rapidamente, continuou pressionando. Não tinha a mesma qualidade que o Alisson dá ao atacar com o Pisano, mas começou o jogo como os jogos anteriores.

Henrique, por falta de sorte, teve que sair. E aos 14 minutos entra o Gino. Podia ser o Cabral-2016? Podia ser um outro zagueiro? Leo? E, nisso, o árbitro começou a afrouxar a marcação do Cruzeiro distribuindo amarelos. Amarelos injustos para o Willian e para o Mayke, mais amarelo para o Bryan (criticado neste jogo, mas que foi muito bem contra o Palmeiras) e para o Pisano. Segundo tempo entrou o Lucas no lugar de Mayke que sentiu. Pisano saiu para a entrada do Elber, voltando de lesão após 15 dias parado e 2 dias de treinamento.

O Cruzeiro levou a virada após o árbitro marcar uma falta idêntica à que tinha acontecido do outro lado, mas que ele tinha escolhido não marcar dando mais um amarelo para o Lucas. Paulo Bento tentou fazer algo mandando o zagueiro para o ataque. Não é a primeira vez que ele fez isso este ano. Bruno Rodrigo foi para o ataque contra o Flamengo enquanto o Bruno Ramires foi para a zaga. Ontem, diferentemente da derrota para o Flamengo, saiu o gol dos pés do Fabrício Bruno. Até que o Lucas, aquele de umas frases pra trás, contribuiu num erro que ajudou no gol derradeiro. Fim do jogo.

Não tem como achar um ponto pra ser crucificado, não podemos nos prender à melhores momentos. E se tivesse empatado nos minutos finais que o goleiro deles precisou fazer uma grande defesa? E se o Henrique não tivesse machucado, o Cruzeiro teria virado essa bagunça tática? E se não houvesse a distribuição gratuita de cartões? E se não tivesse marcado a falta? O Cruzeiro afrouxaria a marcação?

Houve uma sucessão de fatos que culminaram na derrota final. Não gosto de fazer análise com texto de pós-jogos por isso. De cabeça quente talvez não repare tudo e de cabeça fria entraremos num jogo de “e se” sem fronteiras. Mas uma análise acertada pra essa derrota pode ser resumida em uma pergunta: e se nosso elenco qualificado fosse?

Quero entender o que vocês estão falando do Paulo Bento

Ultimamente vejo críticas ao Paulo Bento que não entendo o porquê. Dos torcedores mesmo, não vejo críticas. Mas da imprensa e de “representantes influenciadores de opinião” eu vejo.

Listo abaixo alguns dos motivos:

“Paulo Bento utilizou 25 jogadores em 8 jogos”

Paulo Bento é português, nunca trabalhou no Brasil e conhecia os jogadores do Cruzeiro por vídeo. Fez algumas alterações pelo rendimento apresentado, mas a maioria das alterações foi por contusão/virose/suspensão. Após o jogo contra o Atlético, não sei se vocês se lembram, o Cruzeiro perdeu 3 jogadores por expulsão, 1 por suspensão pelo terceiro amarelo e outro por contusão. Nessa brincadeira, ele obrigatoriamente teve que utilizar 16 jogadores. Além disso, Bruno Rodrigo teve virose do jogo contra o Flamengo para o jogo contra o Grêmio. Bruno Ramires sentiu cansaço antes do jogo contra o Botafogo. Robinho também machucou. Pronto. Justifiquei 19 ausências do time titular apenas por motivos que estão fora do alcance do Paulo Bento.

“Não houve melhora nos resultados em comparação ao Deivid”

Veja bem… Deivid estava no Cruzeiro desde o Luxemburgo há um ano. Ele conhecia o elenco, sabia como era o futebol brasileiro, o calendário, participou da pré-temporada e um pequeno GRANDE detalhe: ele jogou apenas o Mineiro. Os resultados, obrigatoriamente, deveriam ser melhores que o do Paulo Bento devido ao grau de dificuldade além dos outros diversos fatores que citei. Esse argumento não cola, cara pálida. Bento em 8 jogos pegou: São Paulo, Flamengo, Grêmio, Botafogo, Atlético-MG… mesma coisa que Campeonato Mineiro, né?

Foto: Vavel | Não.... não temos Cristiano Ronaldo

Foto: Vavel | Não…. não temos Cristiano Ronaldo

“Não houve melhora tática com o Paulo Bento”

Tem certeza disso? Veja bem o rendimento do Cruzeiro até na derrota pro Santa Cruz por 4×1. Um número maior de finalizações, de posse de bola e domínio total, tirando o fato das finalizações que são bem erradas. Mas isso não tem como ser problema do Paulo Bento, essa já é a falta de qualidade técnica do elenco. O Cruzeiro, após o Paulo Bento entender um pouco mais do elenco, foi mal mesmo contra o Flamengo e o Grêmio. Contra o Flamengo, o time estava com 5 alterações em relação ao clássico, com uma média de idade abaixo de 25 anos. É justificável, mesmo que não queira desculpas. Contra o Grêmio, até o Cruzeiro de 2013 perdeu jogando mal lá com o Dida defendendo um pênalti do Everton Ribeiro (foi 3×1 pro Grêmio). Contra o São Paulo, eu nem gosto de comentar. Acho que só ganharemos se tiver o Luan no time novamente ou se for na Libertadores.

“Ele fecha o treino”

Eu também não aguento alguém fungando no meu cangote quando estou trabalhando… Qual o problema de fechar o treino??? Só a imprensa reclama disso e a torcida NÃO SE IMPORTA COM ISSO. Pode fechar o treino à vontade, Paulo Bento. Tem todo meu apoio mesmo.

“Ele coloca o Allano e não o Willian”

Olha, essa também não vejo perdão. =P Mas não justifica a sua cabeça na bandeja. Apesar que a torcida não tem perdoado muito o Willian também.

Por favor, parem de falar que a maioria da torcida está pegando no pé dele que é uma baita de uma mentira. Isso não deve ser nem 10% dos torcedores, que realmente todo mundo tem direito à opinião (mesmo que estranha, ok?!).

Precisamos que a diretoria acorde e trabalhe. Nosso elenco é fraco, não temos qualidade técnica pra sustentar o Brasileiro. Claro que Paulo Bento não é perfeito (olha ele usando o Allano aí!), mas ele é o menos culpado de qualquer coisa nesse momento. Trocar o Paulo Bento é tirar um floco de neve da ponta do iceberg. Quero confiar e apoiar o Paulo Bento enquanto tiver motivos para apoiá-lo, mas, definitivamente, precisamos de um elenco de verdade.

Luciana Bois