Você pode, Cruzeiro!

Joãozinho na Libertadores de 76

Joãozinho na Libertadores de 76

Lembra daquele jogo? Daquele gol? Eu lembro. É aquele, que a lembrança não é apenas uma imagem, mas um sentimento.

Sabe aquele grito que eu dei durante o gol naquele jogo? É o que tenho vontade de gritar quando me lembro daquele segundo de lance. Não se diz respeito apenas a uma história de uma instituição que você aprende a respeitar, mas sobre a história daquele sentimento que ele um dia nos deu.

A paixão é inexplicável. É daquela que faz você acreditar até no último segundo, aquela que mesmo num dia nublado não tem vergonha de sair de azul e branco pra contrariar o céu e saber que sobre uma tempestade ainda há um firmamento azul, aquela paixão que transforma simples torcedores em guerreiros debaixo de sol, de chuva, pegando estrada e indo contra matemáticos.

Eu, com a camisa celeste, me sinto a pessoa mais poderosa e respeitada do mundo, pronta pra enfrentar muitas batalhas, que mesmo algumas perdidas, não esquece que tudo é sempre uma guerra. Ser cruzeirense vai além do céu, além do coração, não apenas de alma, vai de um algo inexplicável que nem a ciência humana consegue explicar. Não é a minha vida, essa depende de muitos fatores mundanos, mas vai além dela.

Falam que “é só um time”, “é só um clube”, “eles ganham pra isso e você torcendo/sofrendo ai a toa”, mas vai dizer isso pra um coração?! A razão até pode entender, mas o coração não entende porque não é questão de entender, mas de sentir.

Sei que há algo que me traz a certeza que nunca te abandonarei, por mais que apareçam pernas-de-pau, ladrões, placares desfavoráveis, uma parte de uma torcida imbecil que é capaz de brigar entre eles ou até desistir fácil demais. Eu nunca te abandonarei.

Amo-te muito Cruzeiro, agradeço por cada segundo de felicidade que me presenteou e sei que agora meu amor pode valer nada, mas tenho certeza que você pode, pois o Cruzeiro foi feito por momentos decisivos. Decisivos como o Dida em segundos, a batida da falta do Joãzinho quando o Nelinho se preparava, a orientação do Muller pro Geovanni bater na bola…

Oito milhões torcem pelo atual melhor ataque da história dos pontos corridos, lembram-se das goleadas em 30 minutos, das vitórias maiúsculas contra adversários diretos, dos prêmios individuais, do título incontestável… Mas são os donos da camisa com o Cruzeiro do Sul no peito dentro das quatro linhas que podem.

Não importa mais a corneta, o xingamento, o choro, a raiva, se você confia como torcedor ou não. Agora, mais uma vez, dependemos deles. Não quero que nós torcedores acreditemos, mas sim que os próprios jogadores acreditem neles mesmos. Nossa opinião de torcedor, desculpe pela verdade, já não vale mais nada. Mas se um dia esses homens foram os melhores de um dos campeonatos mais difíceis do Planeta, o que me faria pensar que não podem por mais dois jogos com esta camisa consagrada?

#VocêPodeCruzeiro

Luciana Bois

Voltando a escrever pra dar sorte, resultado ruim ontem e Henrique x Rodrigo Souza

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Olá amigos.

Estou voltando a escrever aqui somente para dar sorte ao Cruzeiro na Libertadores. Você tem que tentar, não é mesmo? Risos.

Mentira, estou escrevendo porque cheguei cedo no trabalho e tenho um tempinho livre. A vida não anda fácil. E você, como está? Tudo bem? Você tem tempo para fazer seus hobbies? Ah, que bom. Legal demais. Mentira, na verdade não sei o que você respondeu, mas devo ter acertado a resposta para algumas pessoas. Alguém deve ter tempo, não é mesmo?

Ontem o Defensor venceu a partida contra o Real Garcilaso (nada que não prevíamos) e tornou nossa vida mais difícil. Na verdade a gente mesmo tornou nossa vida difícil, então nem podemos reclamar. Fomos os únicos a perder para o Garcilaso. Mesmo com toda a altitude e os problemas, não poderíamos ter perdido aquela partida. Sempre digo que achei os dois gols evitáveis. Foram falhas feias de nosso sistema defensivo. E o empate com o Defensor aqui em casa também foi horrível e não deveria ter acontecido. Somente a derrota contra o Defensor fora de cara que, para mim, foi normal.

Mas fazer o quê, né? Não é hora de chorar pelos gols derramados. É hora de vencer os dois jogos, fazendo o maior saldo possível e esperar pelo resultado de Defensor e La U. Se a gente ganhar, e bem, os dois jogos restantes, provavelmente nos classificaremos.

E para o jogo de quinta-feira, o Cruzeiro não terá Nilton, que foi expulso na partida contra o Defensor e pegou absurdos três jogos de suspensão. A vaga vai ficar com Henrique, ótimo volante que ainda não mostrou todo o bom futebol de 2009 nessa segunda passagem pelo clube. Mas ele chegou lesionado, quase no meio do ano, não teve espaço, nem ritmo, e quase não jogou no ano passado. Entendo sua situação. Agora é sua chance, a chance de ir bem em nossa partida mais importante do primeiro semestre e conquistar a titularidade. Ele comenta a situação:

Eu costumo dizer que Deus escolhe a hora certa. Às vezes era para eu estar nesse momento de jogar. Independentemente do momento que esteja, o jogador gosta de sempre estar jogando. As oportunidades são dadas nos momentos bons ou ruins e o atleta tem que estar pronto e preparado. Chegou a vez de entrar nesse momento. Temos tudo para fazer o melhor e ajudar o Cruzeiro a reverter essa situação.

Olha, pode ser que Deus escolha as coisas certas para ele, mas para o Cruzeiro Deus foi bem mão de vaca e deixou nossa situação difícil, risos. Mas tudo bem, o Cruzeiro é mais forte quando se classifica por linhas tortas. Vamos nos lembrar de 1997.

Na questão do volante eu preferia entrar com Rodrigo Souza, que está com melhor ritmo de jogo e protege melhor a nossa zaga. Mas a gente precisa atacar, e o Henrique tem um bom passe e liga bem a defesa e o ataque, então pode ser que seja uma boa aposta. Só o tempo irá dizer (quem foi melhor, Taison ou Messi). Ele está bem consciente de que vai ter que marcar bastante:

Vou jogar o futebol que vinha jogando, marcar do jeito que marcava antes e atacar na hora certa, com equilíbrio. Tem que saber atacar com os jogadores que é para atacar e defender com os jogadores que é para defender, tendo equilíbrio sempre. Acho que se os jogadores fazendo sua parte, tudo vai correr tudo bem. Nunca colocar dúvida na cabeça e sempre ter a certeza que vai dar certo. Com todos indo por esse caminho, vai dar tudo certo.

Equilíbrio. O que nos faltou até agora na competição. Tomara que o equilíbrio de Henrique seja repassado para toda a equipe e que joguemos com tranquilidade, o futebol do Cruzeiro Campeão Brasileiro de 2013, tal qual um equilibrista de circo andando pela corda bamba que é esse grupo da Libertadores. Só que o grupo não é uma corda bamba comum, é uma corda bamba pegando fogo, com giletes, balançando loucamente e com aquele canhão da ponte do rio que cai do Faustão atirando bolas enquanto tentamos atravessar. Um pouco complicado.

Até amanhã (talvez).