Lembra daquele jogo? Daquele gol? Eu lembro. É aquele, que a lembrança não é apenas uma imagem, mas um sentimento.
Sabe aquele grito que eu dei durante o gol naquele jogo? É o que tenho vontade de gritar quando me lembro daquele segundo de lance. Não se diz respeito apenas a uma história de uma instituição que você aprende a respeitar, mas sobre a história daquele sentimento que ele um dia nos deu.
A paixão é inexplicável. É daquela que faz você acreditar até no último segundo, aquela que mesmo num dia nublado não tem vergonha de sair de azul e branco pra contrariar o céu e saber que sobre uma tempestade ainda há um firmamento azul, aquela paixão que transforma simples torcedores em guerreiros debaixo de sol, de chuva, pegando estrada e indo contra matemáticos.
Eu, com a camisa celeste, me sinto a pessoa mais poderosa e respeitada do mundo, pronta pra enfrentar muitas batalhas, que mesmo algumas perdidas, não esquece que tudo é sempre uma guerra. Ser cruzeirense vai além do céu, além do coração, não apenas de alma, vai de um algo inexplicável que nem a ciência humana consegue explicar. Não é a minha vida, essa depende de muitos fatores mundanos, mas vai além dela.
Falam que “é só um time”, “é só um clube”, “eles ganham pra isso e você torcendo/sofrendo ai a toa”, mas vai dizer isso pra um coração?! A razão até pode entender, mas o coração não entende porque não é questão de entender, mas de sentir.
Sei que há algo que me traz a certeza que nunca te abandonarei, por mais que apareçam pernas-de-pau, ladrões, placares desfavoráveis, uma parte de uma torcida imbecil que é capaz de brigar entre eles ou até desistir fácil demais. Eu nunca te abandonarei.
Amo-te muito Cruzeiro, agradeço por cada segundo de felicidade que me presenteou e sei que agora meu amor pode valer nada, mas tenho certeza que você pode, pois o Cruzeiro foi feito por momentos decisivos. Decisivos como o Dida em segundos, a batida da falta do Joãzinho quando o Nelinho se preparava, a orientação do Muller pro Geovanni bater na bola…
Oito milhões torcem pelo atual melhor ataque da história dos pontos corridos, lembram-se das goleadas em 30 minutos, das vitórias maiúsculas contra adversários diretos, dos prêmios individuais, do título incontestável… Mas são os donos da camisa com o Cruzeiro do Sul no peito dentro das quatro linhas que podem.
Não importa mais a corneta, o xingamento, o choro, a raiva, se você confia como torcedor ou não. Agora, mais uma vez, dependemos deles. Não quero que nós torcedores acreditemos, mas sim que os próprios jogadores acreditem neles mesmos. Nossa opinião de torcedor, desculpe pela verdade, já não vale mais nada. Mas se um dia esses homens foram os melhores de um dos campeonatos mais difíceis do Planeta, o que me faria pensar que não podem por mais dois jogos com esta camisa consagrada?
#VocêPodeCruzeiro